A influenciadora Yre Sales Duarte, conhecida como “mendigata de Goiás,” é suspeita de envolvimento com tráfico de drogas em Goiânia. Com mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, Yre ganhou notoriedade por dublar vídeos de humor e compartilhar sua trajetória de vida, que incluiu um período em situação de rua.

O advogado de Yre, William Francisco, afirmou que sua cliente é usuária de drogas, mas não está envolvida no tráfico, e que irá provar sua inocência na Justiça.

Yre tem uma presença ativa no Instagram, onde compartilha mais de 900 publicações, incluindo selfies e vídeos em que aborda sua experiência nas ruas, explicando que vivia da coleta de materiais recicláveis e vigiando carros. Ela revelou que optou por morar nas ruas devido a conflitos familiares, embora mantenha contato com alguns parentes, destacando que considera as pessoas em situação de rua sua verdadeira família.

A influenciadora relatou que conseguia ar a internet e carregar o celular com a ajuda de comerciantes locais, que se tornaram seus amigos. No entanto, alguns seguidores questionaram a veracidade de sua situação de rua, apontando que ela sempre aparecia arrumada, com cílios postiços e aparelho dentário.

Prisão por suspeita de tráfico

Yre foi presa em flagrante na última quarta-feira (16), no bairro Jardim Novo Mundo, por suspeita de tráfico de drogas e associação para o tráfico. De acordo com a Polícia Civil, a abordagem ocorreu após uma patrulha da Polícia Militar avistar um carro avançando vários semáforos vermelhos. Durante a abordagem, a polícia encontrou 50 porções de crack e quatro facas com resquícios da droga no veículo, além de um celular que supostamente era utilizado para negociar a venda das substâncias.

Segundo a PM, Yre e os outros dois ocupantes do carro teriam confessado informalmente que vendiam crack na região da Avenida 44 e Praça do Trabalhador. O tenente Kleber Martins, da PM, afirmou que ela tinha um papel significativo no fornecimento de drogas para essa área, mesmo mantendo uma imagem positiva nas redes sociais.

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Em nota, a defesa de Yre alegou que a droga encontrada era para uso pessoal e negou seu envolvimento com o tráfico. Ela foi liberada após uma audiência de custódia, com a condição de usar tornozeleira eletrônica.

Histórico de abordagens

Yre acumula mais de 120 abordagens policiais, um fato que seu advogado atribui à sua vida nas ruas. Ela também responde a dois processos judiciais. Um deles, de 2022, está em sigilo, e o outro, de 2023, refere-se a receptação e desacato, caso em que foi denunciada novamente após descumprir um acordo com o Ministério Público.